-Me digas: Do que adianta tu ter amigos, ser desejada se tu és infeliz por dentro, Cassandra?
- Do que falas, Addison?
-Ora, não sejas tola! Estou falando de mim mesma...
-Ah!
- Tenho tu, minhas primas e as garotas do clube do livro como amigas, os garotos da minha rua e os rapazes que meu pai apresenta-me a me desejar. Dinheiro, comida e ama a meu dispor. Mas de que me adianta tudo isso se me sinto vazia por dentro? Como um buraco no meio do meu peito, exposto como uma ferida recém-aberta.
- Hmm...
- O que?
- Tu és desejada, sim... Mas desejas alguém?
- Como? Ora, Cassandra, sois uma garota de família, como desejar um homem que não for um marido meu?
- Depois dizes que a tola sou eu... Como, minha amiga, achas que encontrará um marido? Esperarás que teu pai te arranje um?
-De maneira alguma! Quero casar-me com um amado meu...
- Então, contar-lhe-ei uma coisa, minha sabida amiga, o desejo é um dos sintomas da paixão. Esperar que ele a leve ao um passeio no parque, e quem sabe até lhe roube um beijo escondido...? Pode ser um exemplo!
- Ah!
- Como um camelo pode agüentar dias sem água no deserto escaldante, nós podemos agüentar meses ou até mesmo anos, talvez, sem amar. Mas uma hora o camelo sente sede, não é? Entendeste o porquê, então, deste teu buraco, no lugar do coração?
- Perfeitamente. Falta-me o amor. Sou um camelo que a sede finalmente atacou...
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