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domingo, 6 de março de 2011

Domingo.


Antes de mostrar o texto, eu quero dizer que o conto a seguir é uma grande merda ou sei lá. Já fiz melhores. Mas foi o primeiro conto que eu terminei e o primeiro que eu mostrei para alguém sem ser minha amigas que, por algum motivo, adoraram q *-* Bem, como hoje é domingo e, bem, o titulo da história já diz tudo não, é? '-' Bem, vamos à ela...



O despertador tocou às 6 horas exatamente. Todos os domingos meu pai me obrigava a acordar esse horário, para fazer caminhada, junto com ele. Sim, eu ia obrigada. Que garota de 15 anos, em sã consciência, iria acordar seis horas da manhã, num domingo, para caminhar com o pai, por livre e espontânea vontade? Enfim, me arrastei para o banheiro e só acordei realmente quando a água fria e forte caiu do chuveiro até minha face. Voltei para o meu quarto, já refrescada, e vesti uma blusa justa branca e uma calça de moletom azul-marinho. Coloquei o tênis que meu pai me dera só para essas caminhadas. Prendi meu cabelo de qualquer jeito, depois de penteá-lo, e fui para a cozinha.

Ele já estava lá, tomando seu café extra forte com uma gota de adoçante, mexido três vezes com a colher azul. Eu conhecia muito meu pai, e sabia das manias dele. Bom, e quem que convive com ele desde que nasceu não saberia desse estranho hábito rotineiro? Murmurei um ‘bom dia’ e ele respondeu do mesmo modo. Estava com um a blusa preta, short de academia cinza e um boné da mesma cor. Meu pai era professor de educação física de uma escola. Não a minha, graças a Deus. Ele é obcecado por exercícios físicos, por isso essa obrigação da caminha dia de domingo. O Anderson, meu irmão mais velho, era liberado dessa difícil tarefa por ser um rato de academia. Mas era rato de academia, as caminhadas ele dispensava.

Íamos sempre caminhar no parque perto de casa. O parque é lindo; cheio de árvores cheias de folhas e gramados muito verdes. Sempre cheio de pessoas fazendo Cooper e crianças correndo de um lado e outro, na terra, na calçada, em cima das árvores. Senhoras alimentavam pombos, sentadas nos bancos, e sempre sorrindo para as pessoas que passavam – especificamente, a senhora Joelma, de quem gostava muito. Pessoas passeando com seus cachorros. Sempre muito agitada, a praça. Mas não ás 6 horas da manhã de um domingo.

Como o sol ainda estava surgindo do horizonte, as árvores e os gramados não estavam tão verdes; não tinha pessoas fazendo Cooper nem passeando com o cachorro; não havia crianças correndo por todo o canto. Só eu e meu pai, dando a primeira das cinco voltas em volta da praça. Foi na segunda volta, quando passamos por entre os brinquedos da praça que o vi. E, claro, percebi que não éramos só eu e meu pai na praça.

Ele era um rapaz; dava para perceber, mesmo de longe. E, mesmo de longe, dava para ver seus cabelos castanhos e ondulados, balançando contra o vento, seus lábios carnudos e os olhos num lindo azul... direcionados à mim. Ele estava me observando – eu tinha certeza disso.

Meu pai continuava à falar sobre os benefícios do exercício físico. Como sempre falava. E então nós passamos do lado do banco onde ele estava sentando. E justo nessa hora o cadarço do tênis do meu pai desamarrou. Ele se sentou do lado do rapaz para poder amarrar os sapatos. E numa questão de piscar olhos ele agarrou o pescoço do meu pai e correu com ele até a árvore que estava atrás do banco. Rapidamente, ele pegou uma corda do bolso do casaco e amarrou meu pai na árvore. Mas antes que se virasse para mim, ele deu um tapa na cabeça do meu pai, e este apagou na mesma hora.

Como se de repente tivesse se lembrado da minha presença na chocante cena que presenciei, ele se virou para mim e disse.

- Ele não está morto; só está desmaiado. – ele disse; e sua voz era linda. Como, apesar do que vi o que ele fez à meu pai, posso achar esse homem lindo?

Só quando ele chegou mais perto, percebi que tinha as duas mãos na boca e estava paralisada. Ele pegou no braço, mas, por reflexo, me afastei dele, ainda com a expressão assustada. O que ele estava fazendo? Quem era ele? O que ele queria? Era um assalto? Um seqüestro? O que diabos está acontecendo?

- Cecília? Cecília não tenha medo de mim – ele exclamou. Como ele sabia meu nome? – tenha medo dele.De mal nada e fiz, nem hei de fazer. Mas este homem, este homem te separa de mim.

- Mas ele é meu pai! – gritei. Como, de tantas coisas a se falar, eu disse logo a mais óbvia?

- Seu pai? Não é seu esposo? –Os olhos dele brilharam. Que carinha mais estranho...

- Marido? Eu tenho 15 anos, meu filho! – gritei novamente. Cecília, se controla, tenta falar coisas mais importar, como perguntar quem era ele, e o que estava acontecendo...

- E o que há de mais estar casada aos 15 anos? – ele perguntou, mas antes que eu me exaltasse novamente, ele continuou:- E não sou seu filho; nunca hei de ser. Prefiro ser o pai da criança – o que pretendo ser, se você permitir, é claro- do que ser ela.

- O QUE? Você endoidou cara? Quem é você? Por que está falando assim? Como você sabe meu nome? Por que está fazendo isso comigo e com meu pai? O que você quer? – eu disse, finalmente, algo coerente à situação.

Ele deu um passo para trás, assustado.

- Cecília, você não se lembra de mim? – ele disse, magoado.

- E de onde te conheço, só para saber? – cruzei os braços à falar. Cuidado, Cecília, esse cara deve ser um doente mental.

- Não; não se lembra. Mas é claro que não há de se lembrar – com sou tolo – disse a si mesmo, batendo a mão na própria cabeça. – Cecília, você se lembra que estava numa festa sábado passado?

- Sim, lembro – disse, confusa. Como ele sabia?

- Qual a última coisa que se lembra dessa festa?

Fiquei de boca aberta. Não me lembrei de mais nada depois da pista de dança. O que será que teria acontecido.

Disse isso à ele.

- Pense mais um pouco – tente se lembrar de algo.

E então me lembrei.

- Você estava lá! Ai meu Deus, você estava lá! – gritei, colocando as mãos novamente na boca.

- Sim, estava.

- E vo-você me-e cha-chamou p-pra d-d-dançar. –gaguejei.

Sim, - ele sorriu com minha lembrança – e você se lembra do houve depois disso?

- Não – e é por isso que estou com medo, completei na mente.

Ele suspirou e ficou sério.

- Eu te chamei para dançar, por que eu achei linda, encantadora e estava um pouco solitária. Você aceitou e dançamos muito. Só que receio dizer você tinha bebido mais do que devia – principalmente para uma donzela de 15 anos, que nem devia beber. Nós fomos para esta mesma praça e sentamos nesse banco – ele apontou para o banco que estava atrás – e... lhe contei a verdade sobre mim. Você lembra?

- Não. – Eu realmente estava assustada.

- Meu nome é Stephen Medlen Beerd e nasci 1895. Sou vampiro desde 1915.

Foi aí que não agüentei: cai na gargalhada.

- Vampiro? Vampiros não existem – eu disse, entre risos.

Ele deu um risinho tristonho.

- A mesma reação...

- Do que você está falando?

- Quando te contei. Sábado. Você agiu de mesmo modo. Mas ai eu te provei que era verdade.

Eu tive medo de fazer essa pergunta, mas tinha de fazê-la: - E como você me provou a verdade?

-Assim – disse, avançando à mim.

Fechei os olhos.

- PARE! – alguém gritou.

Abri os olhos e Stephen e eu olhamos por entre os brinquedos. Um rapaz forte e jovem, provavelmente da mesma idade que a minha ou um pouco mais velho, vinha em nossa direção, segurando uma estaca grande de madeira. Era o Danilo.

Danilo era o meu melhor amigo que havia se declarado para mim... no aniversário da Jéssica, no sábado. E então eu me lembrei do começo da festa.

Eu realmente estava meio afasta dos outros, mas por causa dessa declaração inesperada. Eu e Danilo éramos melhores amigos desde pequenos e sabíamos tudo um do outro. Eu me afastei para pensar, pois ele tinha me pedido em namoro. E por isso também eu comecei a beber como os outros, coisa que nunca tinha feito. Foi então que um estranho lindo me chamou para dançar e, como estava praticamente bêbeda, aceitei. Dançamos, muito. Mas depois, tudo fica vago.

- Não toque nela, seu desgraçado! – Danilo gritou. Ele estava correndo, e quando nos alcançou, ficou na minha frente, na defensiva – Tudo ok, Ceci?- ele sussurrou, virado para mim.

Assenti.

- De novo, não – murmurou Stephen – Você sabe que sou mais forte que você; esse teu machucado no braço não adiantou de nada?

Por reflexo, Danilo retraiu o músculo do braço e eu olhei para ele e vi o machucado. Devia ser profundo, pois tinha muita gaze envolta. Era férias, e eu o evitei a semana toda; por isso não vi o machucado antes. Tola.

- Dessa vez eu não vou errar, sanguessuga. – Ele rosnou a palavras e partiu para cima de Stephen com a estaca na mão. Quando ele começou á correr, a estaca bateu contra mim, desequilibrei e caí, batendo a cabeça no gramado.

E flashes vieram na cabeça.

- Vampiro? Vampiros não existem – eu disse, entre risos.

Ele ficou tristonho.

- É o que todas dizem. Mas... eu tenho como te provar?

- Ah é? E como? – disse, atrapalhando um pouco nas palavras.

- Assim. – E ele se aproximou de mim, no banco que estávamos sentados.

Fechei os olhos, com medo e excitação ao mesmo tempo.

- NÃO! – era a voz de Danilo. Ah não.

Ele me puxou para longe dos braços de Stephen.

- Ah qual é Dan? Não ta acontecendo nada demais. Só íamos nos agarrar um pouco. Será que não pode segurar o ciúme? – disse, sem conseguir pronunciar as palavras direito.

- Santa inocência. Logo você, Cecília, a rainha das pervertidas – Danilo disse mal-humorado, à minha frente, entre eu e Stephen.

- Rá rá.

- O que você rapaz? – perguntou Stephen, sem paciência.

- Eu sei o que você é; eu estava ouvindo ali atrás da árvore.

- Danilo!- eu exclamei. Quem era ele para me espionar? Humpf.

- E o que você pretende com essa estaca? – perguntou Stephen, relutante.

- Te matar – meu melhor amigo respondeu num sorriso e avançou em cima.

Eu fiquei paralisada no meu lugar, enquanto Danilo se arriscava, tentando enfiar uma grande estaca de madeira no coração de Stephen, que tentava lhe morder, mas o máximo que conseguiu foi ferir o braço de Dan. Até que Stephen prendeu Danilo por trás com os braços, olhou para mim e disse:

- Nós vemos mais tarde, lindinha – piscou o olho e fugiu para a escuridão da noite.

E foi quando minha bebedeira resolveu se manifestar mais ainda e desmaiei. A próxima coisa que me lembro é de acordar no meu quarto, no domingo, com meu despertador. Sem lembrar nada.

-Ceci? Cecília! – Danilo chamava e sacudia-me, para acordar.

- O que? O que houve? – perguntei, levantado rápido demais, o que piorou a tontura. – Eu me lembrei de tudo Danilo, de tudo. Cadê o Stephen? – perguntei olhando em volta.

- Cuidei dele.

- E o meu pai?

- O Anderson estava indo para a academia quando viu tudo; ele levou seu pai para casa.

Sorri.

- Obrigada, Dan.

- Não há de que.

Eu o abracei, mas ainda o vi tristonho.

- Sim – eu disse.

- Sim o que Cecília? – Ele perguntou, confuso.

- Sim, eu aceito namorar você, Danilo, meu herói.

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