Trancou-se no quarto.
Nunca se sentiu bem em seu corpo.
Sempre se sentiu diferente, como se aquele corpo não te pertencesse.
Despiu-se e se recriou.
Maquiou-se, reinventou, penteou o cabelo, e fez um milhão de penteados mirabolantes.
Tirou o pudor que recaia em seus ombros.
Finalmente, furou sua orelha. Em mil pontos diferentes.
Pode colocar brincos e os piercings que sempre quis. Colares e pulseiras discretos para não contrapor.
Pegou a melhor lingerie que encontrou. Sentia-se sexy e com poder de sedução às alturas.
Ousou.
Vestiu sua melhor roupa, subiu no salto e saiu com a cara e coragem.
Dançou, sorriu, beijou, aproveitou, se acabou.
Quando apontam aquele olhar
Ele sabe e deixa passar
O salto dói, ele sorri
Mas machucava ter que omitir
Prazer e dor de ser mulher
Por essa noite é o que ele quer
Degusta bem, bem que valeu!
Mas ele ainda se diverte, a sorrir e a chorar, com os prós e contras.
E tudo o que ele quer
É se transformar,
É se divertir
No seu corpo de mulher.
Nenhum comentário:
Postar um comentário