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sábado, 5 de março de 2011

Comum De Dois



Trancou-se no quarto.

Nunca se sentiu bem em seu corpo.

Sempre se sentiu diferente, como se aquele corpo não te pertencesse.

Despiu-se e se recriou.

Maquiou-se, reinventou, penteou o cabelo, e fez um milhão de penteados mirabolantes.

Tirou o pudor que recaia em seus ombros.

Finalmente, furou sua orelha. Em mil pontos diferentes.

Pode colocar brincos e os piercings que sempre quis. Colares e pulseiras discretos para não contrapor.

Pegou a melhor lingerie que encontrou. Sentia-se sexy e com poder de sedução às alturas.

Ousou.

Vestiu sua melhor roupa, subiu no salto e saiu com a cara e coragem.

Dançou, sorriu, beijou, aproveitou, se acabou.

Quando apontam aquele olhar

Ele sabe e deixa passar

O salto dói, ele sorri

Mas machucava ter que omitir

Prazer e dor de ser mulher

Por essa noite é o que ele quer

Degusta bem, bem que valeu!

Mas ele ainda se diverte, a sorrir e a chorar, com os prós e contras.

E tudo o que ele quer

É se transformar,

É se divertir

No seu corpo de mulher.

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