Eu prefiro rosas mortas.
Não sei, acho sim que dá um toque mais sombrio, mas esse é o encanto. Dizem, aliás, que flores mortas dão um ar de tristeza, mas não a mim. Ok são tristes, mas são belas. Mesmo mortas, continuam macias ao toque tanto ou mais de quando eram vivias.
Dizem que pareço uma emo. Eu não me considero uma. De certeza posso afirmar que é pelo meu gosto (como esse por rosas mortas) que me faz ter tal fama – como, por exemplo, eu ver a vida de um modo mais triste e sombrio que eu mesma chamo de realidade.
Mas também dizem que eu sou estranha. Eu não me importo de ser tachada de estranha. Com o devido respeito na palavra “estranha”, claro, se é que me entendem. Para mim, a palavra “estranha” pode ter o significado de “diferente”. E, para falar a verdade, eu amo essa ideia do diferente. O igual não tem graça, não tem vida, simplesmente não tem sentido! E, é eu gosto de ver o mundo de forma diferente, de me destacar no meio de uma multidão de caretas. Não é de “de me achar” até por que não estou perdida (amo dizer essa frase lerda...). Não “me acho” e não tenho paciência com quem se ama demais. Amor próprio é bom, mas tudo em excesso faz mal. Na verdade, não tenho muito amor próprio, mas eu até me entendo comigo mesma. Queria ser independente em tudo. Em não precisar da carência afetiva. Carência deixa as pessoas vulneráveis. Ser vulnerável enfraquece-nos. Não gosto de ser fraca nem dos fracos. Não há tempo para ser fraco. Só há tempo para viver. Viver intensamente.
Pena que não exista mais tempo para isso. Por isso pessoas enfraquecem, ficam vulneráveis e carentes. Por isso pessoas “se acham”, por isso não são independentes, por isso pessoas com talentos não se destacam, não aparecem. Por isso, veem o mundo, somente, do modo como querem que o veja. Talvez, por isso, as pessoas não queiram ouvir o outro lado da história, ficam cegas com a religião e não ouvem a ciência. Por isso algumas pessoas não se adaptam ao novo mundo, não se modernizam à nova era e por isso, sim, pessoas morrem vítimas de preconceito.
É, e, talvez, por tudo isso, não exista mais pessoas que se auto dominam diferentes. Que são as pessoas estranhas, as diferentes. Mas, com orgulho, posso dizer que toda regra tem sua exceção e que ainda possa haver esperança para o mundo dos estranhos.
E, por isso, mais uma vez, eu digo que prefiro as rosas mortas.
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