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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Espelho de Sentimentos - Parte 2


O dia começou lindo. Pássaros podiam estar cantando, o sol brilhando e o ar fresco... mas tudo isso podia estar acontecendo para Eduardo, que estava crente de que iríamos conversar na praça hoje, que esperava que eu fosse dizer que tinha terminado com o Gustavo e que ficaríamos juntos. Doce ilusão.
Meu dia não sendo o mesmo. Depois de conversar com a Jana ontem, eu tinha feito todo o meu discurso que usaria com o Edu – se não fosse por um pequeno porém... Acordar doente não estaca em meus planos de hoje.
Na verdade, nada do que eu havia planejado para hoje (isto é, falar com o Edu) não poderá se realizar. Acordei no meio da noite com febre e tossindo muito. Ontem, meu nariz já corizava e eu sabia que uma gripe estava por vir. Mas não esperava isto. Minha mãe me proibiu de sair da cama hoje, exceto para ir ao médico, à tarde. Ainda não liguei para o Edu – não sabia como falar e a coragem esqueceu- de aparecer. Ele vai achar que é tudo uma desculpa para não encontrá-lo e que não me importo com ele. Aposto. Talvez nossa amizade fique abalada ou até acabe – talvez o caramba, é obvio que ele não vai querer mais falar comigo! Talvez. Mas depois dele ter se declarado, claro que nada mais será igual. O Edu era muito importante para mim para eu perdê-lo. Ele e a Jana, apesar de não se conhecerem, eram meus melhores amigos. Ele até mais que o próprio Gustavo... Merda de gripe!
Ok, só ligue para ele. Diga o que vier na cabeça; não faça discurso – já deu para perceber que isso nunca dá certo,
Levantei-me da cama e fui buscar meu celular do outro lado do quarto. Então me deitei novamente e cobri o corpo doente com a coberta. Procurei pelo seu nome na agenda do celular. Ele atendeu no segundo toque:
- Oi, Lô – disse ele animado – Tudo bem?
- Oi, Edu. Na verdade, foi por isso que eu liguei...
- Aconteceu alguma coisa? – ele me interrompeu, preocupado.
- É eu não vou poder te encontrar hoje à tarde. Estou doente.
Pensei ter o ouvido soltar a respiração. Não sei se foi por alívio – por nada de tão grave ter acontecido comigo – ou de decepção – por ter destruído seu lindo dia.
- Ah – ele ficou calado por um instante. – É grave?
- Não sei, provavelmente não. Gripe, talvez. Vou ao médico agora à tarde. A general mandou ficar na cama – O Edu sabia que eu estava falando da minha mãe. Dei uma risadinha para aliviar um pouco. Ele fingiu dar outra. Era obvio que ele estava decepcionado. ERA OBVIO QUE ELE ACHAVA QUE ERA SÓ UMA DESCULPA. Ah, dane-se meus discursos: - Edu, você sabe que eu to falando a verdade, não é?
- O que?
- Você sabe que eu estou dizendo que estou doente, que não estou inventando desculpa para não te encontrar hoje... Não é?
Se o estivesse vendo pessoalmente, veria o quão ruborizado ele estava. Ele sempre ficava quando eu sabia no que ele estava pensando. Ai, como eu nunca percebi antes que ele gostava de mim?
- É-é claro – gaguejou.
- Enfim, né. Já vou desligar e...
- Lorena, espera. Não desliga, não. Já que a gente não vai poder se encontrar hoje, deixa-me perguntar logo...
É agora.
- ... Como foi com o Gustavo? – Ele perguntou, finalmente.
-Edu, sobre isso... – eu fiquei nervosa. Discursos podiam não dar certos, mas cairia bem eu ter pensando num para esta situação.
- Entendi. Você não terminou com ele, certo? – Não consegui responder. – Eu sabia. Cara, como eu sou idiota em ainda ter esperanças... – Antes que eu pudesse responder ele disse: - Melhoras, ta?
E desligou. Só isso. Desligou na minha cara. Tirou suas próprias conclusões, não me deixou falar e agora me odeia. ME ODEIA.
Ok, eu me odeio agora.
(Continua)

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